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Página IncialArtigos e discursosAbertura do Simpósio sobre células-tronco. Outubro de 2008.

Abertura do Simpósio sobre células-tronco. Outubro de 2008.

É com imensa satisfação que participo da abertura deste Simpósio. Agradeço o convite do Dr. Paulo Brofman e a amável deferência de me indicarem presidente de honra do congresso.
As fantásticas possibilidades da terapia celular também me entusiasmam. A ciência, os senhores estão abrindo uma porta para um mundo de transformações jamais sonhadas. Tão extraordinárias que às vezes assustam. Mesmo porque somos humanos e já demos provas de nossa capacidade destruidora.
Seja como for, sem ser um panglossiano, manifesto a minha fé na infinita capacidade do homem de criar e de fazer o bem.
De sua parte, o Governo do Paraná, por via da Secretaria de Ciência e Tecnologia e da Fundação Araucária, tem contribuído para o desenvolvimento das pesquisas nesta área. O projeto “Transplante de Medula Óssea e Terapia Celular”, empalmado pela Secretaria e pela Fundação, é uma das prioridades de nosso Governo.
O Paraná tem um fundo constitucional de ciência e tecnologia. Temos a mais absoluta clareza de que não vamos muito longe, não chegaremos à próxima esquina do desenvolvimento econômico, ficaremos enroscados nos nós da ciência se não fizermos fortes investimentos em ciência e tecnologia.
Neste ano, com os recursos do Fundo Paraná de Ciência e Tecnologia estamos aplicando mais de 80 milhões de reais em projetos e pesquisas estratégicos. E um desses projetos é o da Terapia Celular.
Ainda recentemente, investimos mais cinco milhões de reais na “Rede Paranaense de Terapia Celular”. A Rede, que foi constituída em 2004, transfere tecnologias do Setor de Transplante de Medula Óssea do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná aos hospitais universitários das Universidades Estaduais de Londrina, Maringá e do Oeste.
De um lado, a Rede socializa com médicos, pesquisadores, acadêmicos informações sobre a terapia , estimulando a implantação de novos projetos de pesquisa, instigando novos avanços e, de outro, permite que os paranaenses tenham acesso a tratamentos de alta complexidade em todo o estado, antes restritos à Curitiba ou à São Paulo.
Hoje, pode-se dizer que a Rede Paranaense de Terapia Celular é uma referência mundial em transplantes de medula óssea e no tratamento de algumas outras doenças afins.
Lembro ainda que o Centro de Pesquisa em Células-Tronco, na área de Cardiologia de Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, inaugurado em julho do ano passado, teve investimentos do Governo do Paraná, na construção da área, no apoio às pesquisas, na formação e capacitação de profissionais, na aquisição de equipamentos.
A nossa parceria estende-se também à Pontifícia Universidade Católica do Paraná, com o financiamento de projetos que têm à frente o ilustre presidente da Comissão Organizadora deste encontro, o Dr. Paulo Roberto Brofman.
O Governo do Paraná, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a Fundação Araucária vão estar atentos às discussões e conclusões deste Simpósio. Atentos e abertos a estabelecer novas parcerias e a avançar nas já existentes. Sabemos que a nossa participação, a participação do Estado nessa frente pode significar a diferença entre a vida e a morte para muitas pessoas.
O Paraná, apesar dos números magníficos que a sua economia possa exibir, não deixa de ser Brasil, com todos os contrastes próprios de um país que oscila entre o primeiro, o terceiro, o quarto mundos, o fim do mundo. Assim, enquanto abrimos os olhos para a medicina e o tratamento de altíssima complexidade, não descuramos daqueles males tão próprios da pobreza, da exclusão, do subdesenvolvimento.
E também aqui temos avançado.
Somos hoje, por exemplo, um dos dois estados brasileiros que mais reduziu as taxas de mortalidade infantil, nos últimos anos. Este índice, inevitavelmente, necessariamente, acompanha um outro, o da redução da pobreza. Eis aí agora a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a PNAD, do IBGE, apontando que entre os seis estados que mais avançaram na redução da pobreza, o Paraná foi o que obteve os melhores ganhos no Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH.
A regionalização do atendimento à saúde, através de 35 hospitais construídos, reformados ou ampliados; a construção de 300 Centros da Saúde da Mulher e da Criança, até final de nosso mandato, levando aos pequenos e mais pobres municípios assistência materno-infantil de primeiríssima qualidade; a nossa parceria com a Pastoral da Criança, estabelecendo um pacto pela vida; os consórcios municipais de saúde; a ampliação do programa da saúde familiar; os dois bilhões de reais que estamos investindo na ampliação do saneamento básico, e outras iniciativas correlatas, por si só, não contribuiriam decisivamente com a melhoria dos índices de saúde e de redução da pobreza se, paralelamente, o Estado não avançasse em outras frentes.
Uma das mais fortes características, distintiva mesmo, do avanço neoliberal é a supressão das vagas de trabalho, que desaparecem com as fusões, com a formação dos megaconglomerados, com as reengenharias podadoras de custos e de homens. E de vidas. Porque antes de tudo o que importa e maximizar os lucros.
No Paraná, nos limites de nossas possibilidades e atribuições, buscamos justo o oposto. Mais empregos, mais postos de trabalho. Para tanto, eliminamos o imposto das microempresas e reduzimos a quase nada o imposto das pequenas empresas. Estabelecemos vantagens fiscais para investimentos em áreas de menor IDH. Elegemos a agricultura familiar e a pequena agricultura como prioridades.
Resultado. O Paraná é hoje o estado brasileiro que mais gera empregos formais, com carteira assinada. Ao mesmo tempo, pela primeira vez em décadas, as pequenas propriedades agrícolas não estão mais desaparecendo, estancamos o processo de esvaziamento do campo como o consequentes inchaço das periferias pobres das grandes cidades.
Em consequência, caiu a mortalidade infantil, reduziu-se a pobreza. É assim que o mundo gira. Sem mágicas, sem milagres. Com ações muito claras, objetivas, precisas.
Senhoras, senhores.
O Governo do Paraná os recebe de braços abertos . Bem-vindos. E que este Simpósio marque os avanços que todos desejamos. Avanços que podem significar a diferença entre a vida, a qualidade de vida, e a morte. Viva a vida.