Ao contrário de reajuste na tarifa da Copel, o então governador Roberto Requião (PMDB/PR) praticou desconto para o pagamento das contas em dia. Esta foi uma forma de poupar os usuários dos reajustes autorizados e recomendados pela Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel – e manter a empresa com caixa para novos investimentos.
Em 2010, por exemplo, último ano da gestão de Requião frente ao Governo do Paraná, o desconto nas contas de luz para os consumidores pontuais no seu pagamento neutralizava os efeitos do reajuste tarifário médio de 12,98% fixado pela Aneel.
Durante todos os 12 meses em que a Copel deixou de aplicar aquele percentual às contas de luz, foram mantidos em poder da população e em circulação na economia paranaense cerca de R$ 600 milhões. O que se vê na gestão de Beto Richa é o oposto: reajuste pontuais nas tarifas tanto da Copel como da Sanepar.
Em um vídeo encaminhado ao senador Roberto Requião gravado neste mês, um dos membros da Aneel lembra a política adotada por Requião e enfatiza que, mesmo sem reajustes e com a prática do desconto, o lucro da empresa cresceu.
“O consumidor não está sendo beneficiado em nada. Esta apenas deixando de pagar agora para pagar depois”, alertou o integrante da 25ª Reunião Pública Ordinária da Aneel (09/07/2013). A mesma pessoa disse que a política de Requião era mais “sincera” com o consumidor e ainda fez com que a empresa crescesse.
“Um ano depois a gente descobriu que a receita da Copel aumentou em não aplicando o reajuste dado pela Aneel que tinha sido na época de 18%. E o consumidor ganhou porque pagou menos aquele que ficou adimplente”, lembrou, fazendo um alerta: “não pode é ser vendida a idéia de que praticar um reajuste menor agora tenha sido em benefício do consumidor. O consumidor vai pagar esta conta depois”.