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Representantes de clubes debatem direitos de transmissão de jogos

Representantes de clubes debatem direitos de transmissão de jogos

O senador Roberto Requião, presidente da Comissão de Educação, avaliou como “altamente positiva e esclarecedora” a primeira parte da audiência pública para discutir a venda dos direitos de transmissão de jogos de futebol. Nesta quarta-feira, 13, foram ouvidos o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, e o representante do São Paulo Futebol Clube, José Francisco Manssur.
A convite de Requião, os deputados da Comissão de Esporte e Turismo da Câmara Federal também participaram da audiência, entre eles os ex-jogadores Danrlei de Deus Hinterholz (PTB-RS), Romário de Souza Faria (PSB-RJ) e o presidente do colegiado, deputado Jonas Donizette (PSB-SP).
A divisão dos grandes clubes nacionais de futebol, com o racha do Clube dos 13, e as negociações isoladas de contratos de transmissão com redes de televisão concentraram o debate. Senadores e deputados revelaram ainda preocupação com o enfraquecimento de pequenos e médios clubes, que estão à margem dessas negociações. Os horários de transmissão dos jogos também chamaram a atenção dos parlamentares.
Enquanto o presidente do Corinthians defendeu o direito dos clubes negociarem isoladamente contratos com redes de televisão, o representante do São Paulo argumentou que o contrato coletivo poderia fortalecer o conjunto dos times. Para Sanchez, já há muitos anos que o Clube dos 13 deixou de representar adequadamente os associados, daí o rompimento do Corinthians com a associação.
No entanto, tanto um como outro dirigente admitiram o risco de uma elitização cada vez maior do futebol brasileiro, com a sobrevivência de poucos clubes. E citaram os exemplos da Espanha, Inglaterra e mesmo Itália, cujos campeonatos nacionais concentram quase sempre os mesmos finalistas.
Senadores e deputados revelaram forte preocupação com essa possibilidade, uma vez que, segundo eles, no Brasil, o futebol transcende o mero esporte, fazendo parte da cultura, dos usos e costumes do país. “O futebol, no Brasil, deixou de ser interesse desse ou daquele clube, é um assunto de interesse nacional”, argumentou, por exemplo, a senadora Marisa Serrano (PSDB-MT). Mesma linha de argumentação da senadora Lídice da Mata (PSB-BA), também apreensiva com o enfraquecimento dos clubes das divisões inferiores, já que não participam dos contratos de transmissão dos jogos,
Já a senadora Marinor Brito (PSOL-PA), dizendo que o futebol é “patrimônio cultural nacional”, defendeu que as televisões, como concessões públicas, reservem espaços em suas programações para a transmissão de jogos regionais, não apenas de jogos do eixo Rio-São Paulo.
Segundo alguns senadores e deputados, já que as emissoras de televisão são concessões públicas, deveria haver uma vigilância maior sobre os termos dos contratos delas com os clubes, de forma beneficiar o maior número de times, evitando a concentração de transmissões hoje existente.

Valores

Embora o representante do São Paulo tenha revelado, por diversas vezes, a esperança de um acordo que reúna o conjunto dos clubes, o presidente do Corinthians disse acreditar em contratos isolados, uma vez que o Clube dos 13 deixou de representar os principais times do país.
Em uma resposta ao senador Álvaro Dias (PSDB-PR), Andrés Sanchez disse que o contrato do Corinthians com a Globo vai dar ao clube paulista entre 95 e 130 milhões de reais anuais, a quantia menor ou maior depende do que vai render ao clube a modalidade pay-per-view (pagar para ver).
O presidente do Corinthians e o representante do São Paulo disseram ainda que o fato dos clubes assinarem contratos com diferentes redes de televisão não vai prejudicar as transmissões, já que as redes e os clubes certamente estabelecerão acordos para isso.
Durante o seu depoimento, por diversas, Andrés Sanchez insistiu que o “grande nó” do futebol brasileiro hoje não é a relação dos clubes com as televisões, e sim a penúria da grande parte dos clubes de futebol no país e as péssimas condições de trabalho dos jogadores. Para Sanchez, temas como esses deveriam ocupar o Clube dos 13 e não a negociação, de três em três anos, dos direitos de transmissão dos jogos.
Sanchez revelou que há no país hoje 250 clubes profissionais de futebol, poucos em condições ideais de sobrevivência, e que 95 por cento dos jogadores profissionais ganham, em média, até dois salários mínimos mensais. 

Segundo tempo

No dia 27, já confirmaram presença na segunda etapa da audiência pública o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, o presidente do CADE, Fernando Furlan, e representantes das redes Globo, Record e RedeTV!.

Foto: José Cruz / Agência Estado