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Página IncialArtigos e discursosRequião assina CPI da Petrobrás mas diz que venda de Libra deu prejuízo muito maior para o Brasil

Requião assina CPI da Petrobrás mas diz que venda de Libra deu prejuízo muito maior para o Brasil

Vou assinar o pedido de CPI para investigar a compra da refinaria da  Petrobrás em Pasadena, Estados Unidos.  Antes,  faço estas observações:

Primeira:  sem esse maneirismo, essa sofisticação tão tucana, que tem o inglês como “apenas o quarto idioma “, como o sempre modesto ex-presidente  orgulha-se,  para  se distinguir do ex-colega monoglota , vou contrariar   os meus pares do PSOL, PSB, PSDB e DEM, arquitetos da investigação, e chamar Pasadena de Pasadena.

Segunda:  quando a base do governo, especialmente os senadores do PT, acusam a pretendida CPI da Petrobrás  de “eleitoreira”, “oportunista”, de “moralismo de ocasião”,  os senadores do PT não deixam de ter razão. No entanto, como o PT bem sabe e não é inocente dessa verdade, o oportunismo, o moralismo seletivo e de ocasião, a exploração eleitoral dos fatos estão há longo tempo incorporados à vida nacional, como táticas políticas.

Terceira: a compra da refinaria de Pasadena é apenas um detalhe dos descaminhos, dos ínvios caminhos, tomados pelo Petrobrás desde as reformas neoliberais postas em prática pelos dois governos PSDB-DEM. A compra da refinaria de Pasadena  é prima-irmã da privatização da telefonia, da Vale do Rio Doce, de parte do setor elétrico, das rodovias,  das ferrovias e das concessões petistas dos portos, aeroportos que, como se sabe, não são privatizações, trata-se de uma jabuticaba com outro enxerto. A captura do PT pelo liberalismo tem preço.

Como se diz: quando você tira o diabo para dançar, quem muda é você, não o diabo.

Quarta: se confirmadas as irregularidades de Pasadena, elas não serão mais que frutos, germinações, dos desvios verificados nas privatizações da telefonia, dos bancos estaduais, das hidrelétricas, das estradas e ferrovias, da Vale; que, por sua vez, descendem, em linha reta, dos escândalos jamais punidos da Coroa-Brastel, da Capemi, do Projeto Jari, do Banco Econômico, do BNH,  da Paulipetro, da Ferrovia do Aço, da Transamazônica,  da falência da Panair que herdamos do regime militar.

Dessa acumulação de lixo, desse monturo, dessa podridão encoberta pelo tapete da conveniência, do compadrio e da governabilidade, brotam, frequentemente, novos escândalos. Brotam e vão brotar.

Quinta: o malfadado presidencialismo de coalizão, uma invenção sabemos de quem, leva à direção das estatais, das autarquias e das agências reguladoras  pessoas absolutamente despreparadas para a função, mas altamente especializadas em arrecadação para campanhas eleitorais e outras falcatruas. As sabatinas desses indicados provam isso diariamente.

Sexta: sou a favor da CPI das Petrobrás; desta e de todas as investigações propostas nesta Casa. Sou contra, e vou me opor a que transformem a CPI de Pasadena em uma “República do Galeão”, em um fortim conservador com intenções eleitorais e privatistas. Petrobrax, nunca mais!

Sétima:   tentei, através de um projeto legislativo, impedir a consecução de um dos maiores atentados à soberania nacional, ao futuro do país, o leilão das reservas do campo de Libra.

Não encontrei nos senadores que agora vestem as armaduras de defensores da Petrobrás, não encontrei neles parceiros contra o esbulho de um trilhão e quinhentos bilhões de dólares, quase que um PIB brasileiro, que representou a alienação da Libra. Quantas Pasadenas caberiam em Libra?

Oitava: já que a CPI de Pasadena caminha para a formalização, peço aos senhores senadores e à mesa que considerem com a mesma rapidez a instalação da CPI do Transporte Coletivo, que tem o número regulamentar de assinaturas e que pretende abrir uma outra caixa preta: os segredos bem guardados de um dos principais cartéis em atuação no país e que tanto sacrifício impõem aos trabalhadores brasileiros.

Além de ser uma fertilíssima fonte de contribuição financeira às campanhas eleitorais.  Eu sei que o Transporte Coletivo, um dos catalisadores das manifestações de junho de 2013, não tem o mesmo charme que Pasadena. E não tem o potencial para se transformar  em uma “República do Galeão”.

Pois é,  o povo, ora o povo…..