Requião critica ausência de política de industrialização para o país
“Em 1980 o parque industrial brasileiro era maior do que o da Tailândia, da Malásia, da Coréia do Sul e da China somados. Em 2010 a indústria brasileira já representava menos de 15% do que esses países somados produziam”. A informação foi passada pelo senador Roberto Requião (PMDB/PR) em seu pronunciamento de rádio desta terça-feira (06).
“Isto significa que estamos nos desindustrializando”, avaliou Requião. No ano passado a balança comercial apresentou superávit de US$ 26 bilhões. No entanto, houve um déficit na balança comercial de produtos industriais de US$ 95 bilhões.
“Ainda temos alguma vantagem porque vendemos ferro petróleo e commodities agrícolas. Mas estamos nos transformando num país de economia primária. Vendendo matéria-prima e não transformando nada”, afirmou Requião, lamentando que o país não tenha uma política de industrialização.
O senador citou dados do jornal Folha de S. Paulo que diz que o Produto Interno Bruto do Brasil em 2011 foi de 2,7%. Já em 2010 o crescimento havia sido de 7,5%. “Estamos crescendo para baixo, como rabo de burro, e isso está comprometendo a nossa industrialização”, alertou.
“Quando compramos produtos industrializados lá fora criamos empregos lá fora. E quando vendemos produtos primários aqui, causamos lucros fantásticos para grupos e não para o conjunto da população”, destacou Requião.
Na opinião do senador, o mercado continua dominando a política econômica brasileira, já que vale mais a pena aplicar na ciranda financeira do que numa atividade produtiva. “Somos potência ou somos colônia? Somos vendedores de matéria-prima ou temos que avançar?”, questionou.
Requião sugeriu algumas ações para o Governo Federal, como o aumento do imposto sobre o capital financeiro e a desoneração de setores que estão em crise, como os fabricantes de brinquedos.
Foto (Operários/Tarcila do Amaral /1930)
