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Requião defende Uruguai contra Sarkozy, quer Malvinas argentinas e pede união sul-americana

Requião defende Uruguai contra Sarkozy, quer Malvinas argentinas e pede união sul-americana

Em sua primeira intervenção na plenária do Parlamento do Mercosul, nesta sexta-feira, 2, em Montevidéu, o senador Roberto Requião, presidente da Representação Brasileira no Parlasul, fez uma veemente defesa do Uruguai, classificado pelo presidente da França, Nicolás Sarkozy, em recentes declarações, como um mero “paraíso fiscal”. As intervenções de Requião deram o tom à agenda da plenária.
Requião propôs e a plenária aprovou voto de solidariedade à República Oriental do Uruguai, um dos países integrantes do Parlamento do Mercosul e sede do colegiado. O parlamentar brasileiro fez mão do tema para conclamar os países do bloco a acelerar o processo de integração da América do Sul, segundo ele única saída concreta para enfrentar a crise provocado pelo sistema financeiro global..
O senador divulgou ainda para o conhecimento dos parlamentares da Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai os pontos capitais do “Consenso do Rio”, um documento elaborado por economistas brasileiros que se contrapõe ao chamado “Consenso de Washington”, que fundamentou as reformas neoliberais no mundo todo, especialmente nos países em desenvolvimento.
A parlamentar argentina Laura Montero e o brasileiro Newton Lima (PT-SP) secundaram Requião propondo que se estabeleça agora o “Consenso do Mercosul”.
Unidade, a saída
Conforme Requião, não há saída para os países do Mercosul a não ser uma forte unidade entre eles. “Devemos nos apoiar, antes de tudo, na força de nossos povos, na integração de nossos mercados, na completude de nossas culturas, na rejeição de qualquer veleidade imperial. O Mercosul, com a adesão de outros países da região, vai se constituir em um dos mais fortes e coesos blocos de todo o mundo”, assegurou.
Para ele, os nós que ainda atam os países da região ao atraso e à pobreza apenas serão rompidos pela união sul-americana, já que cada país, isoladamente, não terá forças suficientes para enfrentar a ganância e o apetite dos países imperiais. Nesse sentido, o senador referiu-se a ressurgência neoliberal, que impõe até mesmo aos países europeus mais frágeis os seus preceitos, quebrando-os para salvar os especuladores e os bancos.
O presidente da Representação Brasileira no Parlasul defendeu ainda a incorporação da Venezuela ao bloco: “A Venezuela é um Estado, uma Nação, além do de seus governantes atuais ou futuros”. Para o ingresso da Venezuela no Mercosul falta apenas a aprovação do Senado Paraguaio. Os demais países já deram voto favorável.
Para que o bloco fortaleça ainda mais, o senador Roberto Requião a união do Banco do Sul, do BNDES e de outros bancos públicos sul-americanos para constituírem um sistema de financiamento público voltado ao desenvolvimento, inclusive com a formação de sua própria agência de análise de risco.
Malvinas argentinas
O senador fez ainda uma forte declaração de apoio à Argentina em sua reivindicação sobre as Ilhas Malvinas, hoje de posse da Inglaterra, e um dos últimos resquícios colônias na América do Sul. “As Malvinas são argentinas e sua apropriação pela Inglaterra é uma mancha colonial em nosso continente que precisa ser removida”, disse Requião.
O senador Rodriguez Saa e os deputados Fernando Iglesias e Laura Montero, todos da Argentina, agradeceram o apoio do Parlasul à causa de seu país, assim como uniram-se à solidariedade de Requião ao Uruguai, diante dos ataques de Sarkozy. Da mesma forma manifestaram-se parlamentares paraguaios.
Boa notícia
Para o senador Roberto Requião a volta ao trabalho do Parlamento do Mercosul, que estava inativo há um ano, é uma “boa notícia para os povos e países do bloco que passam a contar com instrumento imprescindível para intensificar a integração sul-americana”.
Na reunião desta sexta-feira, em Montevidéu, sede do Parlasul, os parlamentares brasileiros foram empossados (dez senadores e 27 deputados federais ). O deputado Dr. Rosinha foi eleito um dos vice-presidentes do Parlamento, no entanto, como não compareceu à reunião por estar doente, assumiu em seu lugar, temporariamente, o deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP).

foto: Sônia Baiocchi