“Os transgênicos perderam o principal atrativo para o produtor: o custo mais baixo em comparação com as sementes convencionais”. A afirmação é do colunista do jornal Folha de S. Paulo, Mauro Zafalon, da editoria “Mercado”. Segundo ele, nas últimas safras de grãos, alguns agricultores começaram a questionar a vantagem dos transgênicos ao consultar suas planilhas, gerando dúvidas sobre o futuro desse mercado.
“Segundo o pesquisador Jefferson Carvalho, do banco holandês Rabobank, três fatores aumentaram os custos com os transgênicos: a alta no preço dessas sementes, o aumento do uso de agroquímicos nessas lavouras e a maior resistência de plantas daninhas a essa tecnologia”, diz trecho da coluna.
Levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná aponta que 95% da produção de soja paranaense já é geneticamente modificada; em relação ao milho, o índice é ainda maior: a estimativa é de que os grãos com transgenia dominem uma área bem próxima a 100% das plantações estaduais.
“Os agricultores são marionetes. Não conseguem fugir do sistema, precisam seguir a maré. O problema é que essa prática foge a um limite do que é natural. Está se mexendo em uma unidade, o gene, esquecendo que isso altera o todo. É um segmento estranho à planta. A alteração do gene continua, mesmo depois do consumo humano. Onde é que isso vai parar? Ninguém sabe. Preocupa, preocupa muito”, afirmou o coordenador do Núcleo de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável da Universidade Estadual de Maringá (UEM), José Ozinaldo Alves de Sena, em entrevista ao portal G1.
Prêmio – Além da alta nos preços das sementes e dos agroquímicos, que são impactados pela maior demanda global e pela valorização cambial, o aumento da resistência de plantas daninhas ao herbicida glifosato elevou a necessidade de aplicações de outros herbicidas. Esse problema é mais grave nos EUA, mas também já preocupa a América do Sul.
Ao mesmo tempo, o prêmio pago por soja não transgênica cresce em alguns mercados, podendo ultrapassar R$ 6 por saca de 60 quilos no Brasil. a liberação das sementes transgênicas no mercado nacional ocorreu há dez anos, quando Roberto Requião (PMDB/PR) era governador do Paraná. Ele combateu enquanto pode o cultivo, comercialização e exportação de transgênicos no Estado, mas foi vencido pelo lobby dos grandes plantadores de soja e milho.
Mais uma vez Requião pregou a razão! Até porque era visto que a manobra da transgenia teria como finalidade colocar os produtores brasileiros de joelhos ao truste internacional sem entrar em outros deméritos dos transgênicos. Mais uma vez parabéns Requião!