Qual o projeto de país definido pelo arcabouço? *Gilberto Maringoni* outraspalavras.net/mercadovsd… Leia com atenção!

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TRAJETÓRIA

REQUIÃO: QUASE 30 ANOS DE VIDA PÚBLICA NO PMDB

Roberto Requião de Mello e Silva nasceu em 5 de março de 1941, em Curitiba (Paraná), filho do médico e ex-prefeito de Curitiba Wallace Thadeu de Mello e Silva e Lucy Requião de Mello e Silva. Casado com Maristela Quarenghi de Mello e Silva, pai de Maurício Thadeu e Roberta. Formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná e em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, cursou Urbanismo pela Fundação Getúlio Vargas.

Sempre pelo PMDB, foi Deputado Estadual (1983-85), Prefeito de Curitiba (1986-89), Secretário do Desenvolvimento Urbano do Estado do Paraná (1989-90), Governador do Paraná (1991-95), Senador da República (1995-2002), Governador do Paraná (2003-2007) e eleito novamente Governador (2007-2011). Em uma nova disputa por uma vaga no Senado Federal, foi eleito para um mandato de oito anos, cargo que ocupa atualmente.

Roberto Requião já tem quase 30 anos de vida pública, sempre no PMDB. Nesse período, fez 19.011.934 votos nas oito eleições que disputou. É uma trajetória de um paranaense vitorioso que pauta sua atuação política com coerência e determinação de poucos.

Trajetória Política

PRIMEIRO MANDATO: DEPUTADO ESTADUAL

Com 33.414 votos Requião se elegeu pela primeira vez em 1982 deputado estadual. Na Assembléia Legislativa, pauta sua atuação na defesa e organização das associações de moradores de Curitiba.

Foi no gabinete de Requião que se iniciou o Movimento Diretas Já, que marcou a retomada democrática no Brasil. O primeiro comício aconteceu em dezembro de 1983 em Curitiba. De Curitiba, o movimento ganhou amplidão em todo país.

O mandato parlamentar de Requião participou ainda do Movimento da Carestia, do Movimento Contra o Custo de Vida e da retomada do Movimento Estudantil no Paraná.

SEGUNDO MANDATO: PREFEITO DE CURITIBA

Em 1985, Requião se elegeu com 227.248 votos prefeito de Curitiba. Foi o primeiro prefeito eleito após a ditadura militar, derrotando Jaime Lerner. Foi a primeira eleição após 20 anos de prefeitos nomeados e foi emblemática. Foi a luta dos setores progressistas contra a força do poder econômico.

A eleição à prefeitura de Curitiba foi um momento histórico muito importante para o povo paranaense. A vitória de Requião mostrou a democratização das posturas e os movimentos sociais começaram a ter acesso às decisões na cidade de Curitiba.

Entre as ações de Requião à frente da prefeitura, está a implantação da ouvidoria geral, das subprefeituras, do Mercadão Popular – que comercializava produtos da cesta básica para a população de baixa renda, e da construção de postos de saúde e creches.

Requião alterou profundamente a estrutura administrativa da Prefeitura com a criação das freguesias (sub-prefeituras) nos principais bairros, dando autonomia administrativa e financeira para a execução de obras. Implantou a frota pública de transporte coletivo.

Construiu a Via Vêneto, ligando o bairro de Santa Felicidade ao centro de Curitiba. Também implantou o Mercadão Popular, para a venda de produtos da cesta básica para a população de baixa renda. Criou a Associação dos Meninos e Meninas de Rua de Curitiba (Assoma) e revolucionou o tratamento das crianças de rua.

Construiu o maior número de postos de saúde e de creches da história da cidade, além de efetivar a participação popular na definição do Orçamento do Município.

SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO URBANO

No cargo de secretário de Estado, Requião implantou o Programa Paraná Urbano, que desenvolveu mais de três mil obras em todos os municípios paranaenses. No mesmo período, criou o Programa de Saneamento Ambiental no Paraná – Prosam – um dos mais importantes projetos para a área de saneamento do Estado.

TERCEIRO MANDATO: GOVERNADOR DO PARANÁ

Em 1991 – com o respaldo de 1.977.282 votos – Requião assumiu pela primeira vez o Governo do Paraná. São deste governo a série de obras como a construção da Ferroeste, das usinas de Segredo e de Salto Caxias, da duplicação de Curitiba-Garuva e da Ponte Ayrton Senna – ligação entre o Paraná e o Mato Grosso do Sul. E de programas como Casa da Família, Escola Oficina, Bom Emprego, Panela Cheia e Paraná Rural.

Requião iniciou seu governo com a entrega dos títulos definitivos de propriedades aos agricultores de Pitanga, cuja posse arrastava-se há mais de 70 anos. Ele também implantou o Programa Casa da Família, que construiu mais de 60 mil casas com 52 metros quadrados, em alvenaria, com prestações que não ultrapassam 20% do salário mínimo. Em parceria com o Exército Brasileiro, construiu a Ferroeste, fazendo a ligação ferroviária entre Cascavel e o Porto de Paranaguá.

Outros programas marcaram sua administração, como o Panela Cheia, com financiamento de safras em equivalência em produto. Para os agricultores paranaenses, a moeda era o milho. Implantou ainda o maior programa de melhoria genética da história do Estado. Foram entregues aos criadores paranaenses 150 mil bovinos de leite e 330 mil ovinos, com matrizes de raças selecionadas.

Com recursos do Tesouro do Estado, duplicou a rodovia Curitiba/Garuva, acabando com o “Corredor da Morte”. Fez a ligação rodoviária do Sudoeste do Paraná com a Argentina, construindo a ponte Capanema-Andresito.

Iniciou a construção da ponte Guaíra-Mundo Novo (MS), a maior ponte fluvial do Brasil, deixando o governo com 90% das obras realizadas. Concluiu a construção da Usina Hidrelétrica de Segredo, tornando o Paraná auto-suficiente em energia, e iniciou as obras da Usina de Salto Caxias.

As pequenas e médias empresas receberam apoio com o Programa Bom Emprego, que resultou na geração de mais de 150 mil empregos diretos. Além disso, as micro e pequenas empresas foram isentas de tributos estaduais.

Na educação, o governo Requião treinou professores e fez o maior programa de construção e recuperação de salas de aula. O programa Escola Oficina, para meninos e meninas de rua, foi levado a todo o Paraná. Foram criados cinco parques ambientais, dobrando a área de preservação do Estado.

Neste período, foi implantado o Programa Paraná Rural, que readequou estradas rurais e desenvolveu técnicas agrícolas para recuperação do solo, como combate à erosão, plantio de matas ciliares, recuperação de rios nas em todos os municípios do Paraná. Este programa tornou-se referência para o Banco Mundial em preservação ambiental e melhoria da produção agrícola.

QUARTO MANDATO: SENADOR DA REPÚBLICA

Em 1994 – com 2.301.209 votos – Requião conquistou uma das três cadeiras do Paraná no Senado Federal para um mandato de oito anos. Requião foi oposição ao governo FHC, oposição ao projeto neoliberal e ao Consenso de Washington.

Requião pautou sua atuação parlamentar na defesa de um Estado soberano e nacionalista. O Brasil não vinha sendo tratado como Nação, mas sim como mercado. Sua participação da na CPI dos Precatórios foi emblemática, desnudando toda a selvageria especulativa que tomou conta do país na época.

Requião foi presidente da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, relator da CPI dos Títulos Públicos, emitidos para pagar precatórios. Presidiu a Comissão de Educação e Comunicação do Senado Federal e foi membro da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal.

Requião desvendou a chamada Cadeia da Felicidade, com o fechamento de três bancos e 18 Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários. Apresentou mais de 20 projetos de lei, resoluções e portarias, disciplinando a emissão de títulos públicos, os fundos de pensão e estabelecendo punições para a lavagem de dinheiro de origem ilícita.

Apresentou o projeto de Lei para quebrar o sigilo bancário de todos os agentes públicos do Executivo, Legislativo e Judiciário e o projeto de Lei que garante a todo o cidadão direito de resposta quando agredido através de veículos de comunicação.

QUINTO MANDATO: GOVERNADOR DO PARANÁ

Em 2002, Requião foi eleito novamente, com 2.681.811 votos, governador do Paraná. O segundo mandato de Requião foi marcado pelas políticas sociais e pela recuperação do Estado, que passou a ser um elemento importante na retomada do desenvolvimento paranaense. O programa Leite das Crianças garantiu um litro de leite por dia para cada criança de baixa renda.

A Copel foi transformada de uma empresa à beira da falência numa empresa eficiente e com recursos em caixa para investimentos. O saneamento da empresa permitiu a implantação do programa Luz Fraterna, que isenta de tarifa os consumidores de baixa renda.

A Sanepar voltou ao controle público e tornou-se referência nacional em oferta de água e tratamento de esgoto, com uma tarifa social que beneficia mais de 1,4 milhão de paranaenses de baixa renda. O Porto de Paranaguá foi recuperado e tornou-se eficiente e lucrativo.

Os avanços na educação incluem a publicação e distribuição gratuita de livros didáticos; a criação do Portal da Educação, onde professores dividem experiências e ampliam seus conhecimentos; a compra de 40 mil computadores para as escolas; a ligação de toda a rede escolar com fibra ótica; a implantação de um plano de cargos e salários para os professores e grandes investimentos no ensino universitário público estadual.

Na área da Saúde, 24 hospitais foram reformados ou tiveram sua construção iniciada, assim como a de 126 Centros da Saúde da Mulher e da Criança, com o objetivo de derrubar os índices de mortalidade. A segurança pública ganhou um novo conceito, com a polícia comunitária atuando junto aos cidadãos.

A administração pública estadual recuperou mais de 5 mil quilômetros de estradas, sem cobrança de pedágio. A democratização do acesso à informática foi possibilitada com a opção pelos softwares livres, o que permitiu uma economia de R$ 147 milhões.

A política de incentivo às pequenas empresas deu resultados, beneficiando 172 mil com isenção total ou parcial do ICMS. Isso possibilitou a geração de 365.623 empregos formais até novembro de 2006, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho – nos oito anos do governante anterior foram criados 38 mil empregos formais.

Os pequenos agricultores passaram a ter acesso a financiamentos, graças ao Fundo de Aval, que garante os empréstimos bancários. Essa iniciativa beneficiou 320 mil pequenas propriedades agrícolas.

SEXTO MANDATO: GOVERNADOR DO PARANÁ

Em 2006, Requião foi reeleito governador do Paraná com 2.668.611 votos. A eleição ao terceiro mandato ao Governo do Paraná mostra o quanto Requião lutou, combateu e venceu, com forte apoio popular, os representantes da ditadura militar e do poder econômico no Estado. Faz ainda o maior enfrentamento que este país já viu contra as conseqüências do neoliberalismo.

Para exemplificar a postura e ações deste terceiro mandato no comando do Governo do Paraná, seguem trechos do pronunciamento de Requião na abertura dos trabalhos da Assembléia Legislativa em 2009:

“A crise não pode sacrificar ainda mais os nossos trabalhadores. Os paranaenses, nos extremos de nossas possibilidades e responsabilidades, devem ser protegidos dos efeitos do abalo provocado pela débâcle geral do sistema financeiro global.

“Aqui, na Europa, nos Estados Unidos, na África, da plácida Islândia aos agitados tigres asiáticos, onde quer que seja, reserva-se hoje ao Estado o papel de protagonista na crise aos Estados. O Estado, o mesmo Estado tão vilipendiado pelos fundamentalistas do mercado, emerge agora como esteio, como salva-vidas dos especuladores e de suas vítimas. Em regra, mais daqueles do que desses.

“Evidentemente, não estamos imunes à crise. O Paraná não está desonerado de seus efeitos. No entanto, com certeza, estamos bem equipados para enfrentá-la. Por que? Porque, desde o início desta administração, em janeiro de 2003, buscamos recuperar e fortalecer estruturas públicas, fortalecer o Estado. Buscamos recuperar e fortalecer a capacidade estatal de planejar e intervir na realidade, em uma desabrida e clara desafinação com os pregadores do Estado mínimo, com os fâmulos das privatizações, das desregulamentações.

“Ao mesmo tempo, desde os primeiros dias, procuramos preservar tanto a administração direta quanto a indireta do assanhamento, do apetite, da gulodice dos que encaram a coisa pública como um butim a ser partilhado. Nesse sentido, atuamos em duas frentes. Em uma face, revisamos todas as tabelas de preços, do fornecimento de material de consumo para as obras públicas. Moralizamos as concorrências, instituímos o registro de preços.

“Em outra face, cancelamos ou renegociamos contratos lesivos ao Estado e às empresas públicas. Menciono como referências os contratos de informática, mais de meio bilhão de reais de dinheiro público irregular e desnecessariamente comprometido, que cancelamos. E, sobretudo, os absurdos contratos de compra de energia firmados pela Copel, que repactuamos em condições vantajosas para nós, paranaenses.

“Buscamos, enfim, lançar e firmar bases para a construção de um Estado democrático, moderno, progressista e justo, em contraposição ao modelo em voga, excludente, gerador de desigualdades sociais, de desequilíbrio econômico, de corrupção.

“Buscamos um Estado que praticasse políticas públicas que assegurassem os direitos fundamentais da cidadania; que radicalizasse na opção pelos mais pobres, pelos desvalidos, pelos trabalhadores, pelos pequenos. Que combatesse as desigualdades sociais e regionais, que investisse nas regiões menos dinâmicas do nosso território. Que contribuísse para a construção de uma Nação para os nossos, e não um Brasil para os outros, para o desfrute do mercado, para o deleite das mega-corporações transnacionais, notadamente as do mercado financeiro.

“Esse, o caminho que escolhemos. Na contramão das receitas, preceitos e dogmas neoliberais. Arrostando e encarando as conseqüências dessa escolha. E não foi branda, muito menos respeitosa, a reação dos torquemadas do mercado. Na verdade, a crise que hoje desorganiza a economia mundial e cuja grandeza ainda não nos é ainda possível avaliar, já estava escrita nas estrelas.

“Não era preciso ser profeta, consultar o Oráculo de Delfos ou a mãe Dinah para saber que a especulação, a jogatina amalucada, desregrada das bolsas, o arrocho dos salários dos trabalhadores do mundo todo, mais cedo ou mais tarde trariam conseqüências funestas. O que esperar, quando a especulação e a usura prevalecem sobre o trabalho e a produção? Todavia, aconteceu.

“Trata-se agora de impedir que a crise castigue a nossa gente, de impedir que, como é de uso, a conta seja paga pelos trabalhadores. O que interessa, e deve mobilizar o Executivo e o Legislativo, é a garantia dos empregos, dos salários e da produção. É o que temos feito.

“Agora, em abril, entra em vigor a diminuição do imposto de 95 mil itens de consumo mais freqüente — alimentos, eletrodomésticos, remédios. Tudo aquilo, enfim, que compramos, que compra o trabalhador, com o salário que recebe.

“Essa desoneração do consumo vem em boa hora. Em circunstâncias como as de agora, o estímulo ao consumo é vital. A equação é muito simples. A contração do consumo resulta na diminuição da produção, no desemprego, na redução da massa salarial. Logo, é o que temos que evitar. O círculo virtuoso da economia não pode ser revertido. A diminuição do ICMS desses 95 mil itens, na verdade, é um capítulo a mais, e certamente não o último, de uma política fiscal que abre mão do imposto em troca do emprego, do consumo, da produção.

“Começamos em 2003, quando de uma só penada isentamos o microempresário do pagamento de imposto e reduzimos radicalmente o imposto da pequena empresa. Hoje, das 242 mil empresas cadastradas na Receita Estadual, 172 mil beneficiam-se da redução do ICMS.

“Toda vez que um setor da economia precisa de ajuda, com a ajuda da Assembléia Legislativa, cortamos imposto. Tanto para aumentar a competitividade dos nossos produtos, quanto para diminuir o impacto de retrações de mercado. Foi assim que cortamos o ICMS da criação de frangos, da suinocultura, de fabricantes de carrocerias, dos moinhos de trigo, de dezenas de casos semelhantes. Para incentivar as nossas indústrias a se equiparem e modernizarem, cortamos o imposto das importações de bens de capital pelo nosso Porto de Paranaguá.

“De todas essas iniciativas de diminuição e isenção de ICMS, uma das mais importantes, e de maior repercussão em nossa economia, foi a redução de 18 para 12% do imposto nas compras internas. Isso levou grandes atacadistas a fecharem seus escritórios de compra em outros Estados, dando preferência ao produto paranaense. Mais produção, mais vendas, mais empregos, aqui mesmo, no nosso Paraná.

“Disse que uma das premissas deste Governo é o combate aos desequilíbrios regionais. Pois bem, para tanto, estamos dilatando em até oito anos o recolhimento do ICMS para a ampliação de investimentos e para novos investimentos nas áreas menos desenvolvidas, de menor Índice de Desenvolvimento Humano. Assim como prorrogamos por até quatro anos o recolhimento do ICMS sobre a conta de energia elétrica das empresas que se instalarem nas regiões mais pobres do Estado. Esse dinheiro fica como capital de giro para as empresas. Em uma conjuntura como esta, é um recurso extraordinariamente bem-vindo. Até o momento, já deixamos com as empresas a quantia de R$ 3,2 bilhões em imposto não recolhido.

“A política de usar o imposto como meio de defesa do emprego e da produção está dando certo. Os resultados são fantásticos. De um lado, damos vida e sobrevida aos investimentos, às empresas. Hoje, temos aqui no Paraná o melhor índice nacional de longevidade das micro e pequenas empresas. Isentas de impostos ou recolhendo o mínimo, nossas empresas vivem bem e muito mais que a média brasileira.

“Na outra ponta, isso faz com que o Paraná seja o Estado brasileiro que mais gera empregos com carteira assinada, proporcionalmente. Nos últimos seis anos, atingimos a magnífica marca de 627 mil empregos formais. Como um estudo do BNDES recomenda que a cada emprego direto calcule-se a criação de 2,8 empregos indiretos, teríamos então, no período, um milhão, 755.600 novos empregos.

“Destaco aqui ações voltadas à agricultura familiar, uma vez que todos os alimentos servidos à nossa mesa, diariamente, vêm das pequenas e médias propriedades. Hoje, das 374 mil propriedades agrícolas existentes em nosso Paraná, 340 mil são da agricultura familiar. Para esses agricultores, criamos o Fundo de Aval, o Trator Solidário, a Irrigação Noturna. O Fundo de Aval libertou o pequeno agricultor da amarra da falta de crédito, porque não podia oferecer as garantias que os bancos exigiam. Hoje, quem garante o financiamento é a nossa sociedade, através do Estado.

“Já distribuímos 2.500 tratores com o programa Trator Solidário para mecanizar e modernizar a agricultura familiar. Os efeitos da mecanização na pequena propriedade são fantásticos. Aumenta a produção, a produtividade, a renda, fixa a família à terra, diminui o êxodo e, por conseqüência, melhora a vida nas cidades. Com o programa Irrigação Noturna, financiamos equipamentos de irrigação e damos um desconto substancial na tarifa de energia, para que os agricultores irriguem suas plantações durante a madrugada. A taxa de financiamento do equipamento é de 1%, não ao mês, mas ao ano, simplesmente para um registro do que se está fazendo e do benefício que se consegue.

“Fala-se no verdadeiro milagre de produtividade da pequena agricultura japonesa, chinesa, coreana e mesmo da européia. Pois bem, estamos construindo a mesma coisa aqui, no Paraná. Com crédito agrícola, mecanização, irrigação, pesquisas e assistência técnica. Os resultados estão aparecendo. Pela primeira vez em tantas décadas, ano passado o Paraná deixou de perder pequenas propriedades. Pelo contrário, aumentou o número delas e, por conseguinte, caiu o índice de êxodo rural. Essa é outra frente de batalha contra a crise: garantir a pequena propriedade rural, produzir alimentos, evitar a alta de preços e a inflação.

“Combater a crise é também investir em infra-estrutura e em obras públicas. Investimos e vamos continuar investindo, rejeitando a opção fácil, desfrutável e meã dos cortes de investimentos. Para recuperar, construir e melhorar oito mil quilômetros de rodovias estaduais, já investimos R$ 1,5 bilhão. E, neste ano, vamos investir mais R$ 250 milhões na construção, recuperação e conservação de estradas estaduais, municipais, aeroportos e pontes.

“O Paraná é auto-suficiente em energia elétrica, mas continuamos investindo forte no setor. Depois de concluir as usinas de Santa Clara e Fundão, iniciamos a de Mauá. Neste 2009, devemos investir R$ 1,1 bilhão na geração e transmissão da nossa Copel. Queremos aumentar cada vez mais a oferta de energia, para receber e estimular a ampliação de grandes investimentos industriais, comerciais e de serviços.

“A batalha dos portos públicos do Paraná continua. Começa agora a dragagem, e ainda neste semestre vamos eliminar as restrições à navegação. Com 430 milhões de reais em caixa, continuaremos com obras. Agora em março, vamos inaugurar o Terminal Público de Fertilizantes e um novo pátio para a movimentação de veículos. E estamos construindo um terminal público para congelados. Mesmo com o espocar dos primeiros sinais da crise, os portos de Antonina e Paranaguá geraram, em 2008, uma receita cambial de US$ 14 bilhões, a maior de todos os tempos.

“Na ampliação da infra-estrutura do saneamento, os números também são expressivos. Já investimos R$ 2 bilhões em água e esgoto. E, até 2010, vamos investir mais R$ 1 bilhão. Hoje, 100% da população urbana do Paraná recebe água tratada em casa. E 95% dos moradores das cidades com mais de 50 mil habitantes são atendidos com coleta e tratamento de esgoto. São, sem dúvida alguma, os melhores índices do Brasil, iguais ou melhores que os de países desenvolvidos.

“Os investimentos em infra-estrutura somam-se aos investimentos em obras públicas. Construímos, reformamos ou ampliamos 37 hospitais. Em todas as regiões. Cito aqui os magníficos hospitais de Paranaguá, de Paranavaí, de Ponta Grossa, de Francisco Beltrão, o Centro de Queimados de Londrina, o Hospital da Criança, em Campo Largo, e o de Reabilitação, em Curitiba.

“A regionalização do atendimento à saúde deixou de ser promessa ou intenção para se transformar em fato. Ainda mais. Para cuidar das mães paranaenses e de seus filhos, nos bairros ou cidades onde moram, já construímos ou estamos concluindo 145 Centros da Saúde da Mulher e da Criança. Pequenos hospitais, com ultras-som, médicos, pediatras, ginecologistas e dentistas. E já autorizei a construção de outros 150.

“Para atender as reivindicações dos municípios de melhorias urbanas, de pavimentação, de creches, praças, terminais rodoviários, centros de convivência, ginásios de esportes, canchas cobertas, postos de saúde, escolas, mercados, barracões industriais, bibliotecas, parques, iluminação pública, financiamento de máquinas e equipamentos rodoviários vamos investir, neste ano, com crise ou sem crise, pois temos R$ 600 milhões em caixa, e R$ 200 milhões de retorno das prefeituras, vamos investir R$ 800 milhões. Estado algum tem um fôlego como esse para apoiar os novos prefeitos.

“São incríveis os efeitos dessas obras e desse volume de investimentos na vida de nossos municípios, especialmente nas pequenas localidades. Construímos, reformamos ou ampliamos 26 unidades penitenciárias, elevando o número de vagas no sistema de 6.529, para l4.563 neste momento. Programamos a construção de outras cinco unidades, e projetamos a construção de outras seis, para criar mais 7.300 vagas.

“Entre 2003 e 2008, construímos 75 novas escolas e reformamos outras 251, um investimento de R$ 105 milhões. Agora, estamos construindo 14 escolas, licitando outras 31 e concluindo o projeto de mais 46 unidades, num investimento de R$ 273 milhões. Até 2010, temos programadas, além do que citei, mais 92 novas escolas.

“E para resolver de vez as dificuldades do transporte escolar, estamos comprando um mil, cento e quarenta ônibus, um investimento de R$ 133 milhões. A maior parte deles de uma montadora de carrocerias do Paraná, com domicílio industrial em Cascavel, gerando a contratação de mais 350 trabalhadores.

“Já construímos 22.500 casas populares, um investimento de R$ 349 milhões; e urbanizamos e regularizamos 19.700 lotes. São 180 mil paranaenses beneficiados. Estamos hoje desenvolvendo no bairro Guarituba, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, o maior programa de urbanização do País, atendendo cerca de 60 mil pessoas. Um número maior que a população de 90% dos municípios do Paraná. Neste 2009, vamos construir mais 14 mil casas, um investimento de R$ 113 milhões.

“Assim combatemos a crise. Investindo, construindo, melhorando a vida das pessoas, gerando empregos, dotando o nosso Paraná de infra-estrutura moderna, adequada, favorável a novos empreendimentos.

“E não vamos cortar gastos. Cortar gastos é a saída clássica, pouco criativa, desiluminada, preguiçosa, ou, quando não, espertalhona. Vejo aí muitos Estados e prefeituras quebrados e que aproveitam a onda da crise para suspender obras que não iriam fazer nunca, para cortar despesas que não tinham condições de realizar com crise ou sem crise, para negar aumentos salariais que não dariam mesmo. E proclamam que estão fazendo um choque de gestão.

“Ora. A minha disposição de não suspender investimentos, de não cortar gastos, de acelerar as obras públicas, de manter o cronograma previsto já mereceu críticas e reparos, tanto na imprensa local quanto da nacional. E toda vez que sou entrevistado, a primeira pergunta é sobre os cortes de gastos para enfrentar a crise.

“Por que essa obsessão? Por que o Estado tem que sacrificar obras e investimentos, ainda mais obras e investimentos que vão atender os que mais precisam e dependem da administração pública? Afinal, com o que o Estado gasta? Relatei aqui. Gasta com saúde, com educação, com habitação, com infra-estrutura, com saneamento, com apoio à produção, com estímulo à geração de empregos, com a modernização do Judiciário, e com a necessária modernização do nosso Ministério Público. É com isso que gastamos. E falam em cortar esses gastos, como se cortá-los fosse uma coisa boa, virtuosa, responsável, equilibrada, e outros adjetivos com que premiam-se ações administrativas fiéis à cartilha neoliberal, do neoliberalismo que explode nesse momento a economia do planeta.

“É a mesma reação de alguns patrões que, esperta e açodadamente, jogam a conta para os trabalhadores, demitindo, propondo redução de salários e outras coisas do gênero. Para surpresa de alguns, para o desconsolo dos cortadores de gastos, dos entusiastas dos choques de gestão vou dar aqui algumas informações sobre o custo da máquina pública paranaense, conforme estudo — pouco divulgado — do Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada.

“Primeira informação: dos Estados do Sul, o custo da nossa máquina é o menor. Segunda informação: entre os 27 Estados brasileiros, o custo da máquina pública paranaense, por habitante, fica em 11º lugar, apenas R$ 5 acima, por exemplo, que o custo da máquina de Minas Gerais, Estado tão decantado por sua proposta neoliberal e pelo choque de gestão que sacrifica empregos, salários, trabalhadores.

“Nossa eficiência dispensa o marketing e a propaganda. Por isso que não vamos cortar gastos, reduzir investimentos, suspender obras. É claro, vamos estar sempre atentos ao andar da conjuntura e, se necessário, com responsabilidade, fazer os ajustes necessários. Da mesma forma, não vamos suspender ou diminuir qualquer dos programas dirigidos aos paranaenses de menor renda, como o Leite das Crianças, o Luz Fraterna e a Tarifa Social da Água.

“Igualmente, vamos continuar a política do piso salarial regional. Com a fixação do nosso mínimo entre R$ 527 e R$ 548, em maio de 2008, foram beneficiados, diretamente, 170 mil trabalhadores e, indiretamente, 210 mil assalariados que tiveram seus reajustes influenciados pela base do piso regional.

“Segundo o Dieese, o mínimo regional injeta em nossa economia mais de R$ 400 milhões no decorrer do período de sua vigência. Como se vê, cortar salários, reduzir os ganhos dos trabalhadores, não é propriamente uma medida muito inteligente.

“São as contas que presto de como o Governo do Paraná enfrenta a crise. Para avançar ainda mais, para impedir que a crise sacrifique a nossa gente, Executivo e Legislativo devem estreitar ainda mais suas relações. Juntos, vamos pensar, vamos criar, vamos fazer.

SÉTIMO MANDATO: SENADOR DA REPÚBLICA

Em 2010, Requião deixou o governo do Estado para disputar uma vaga no Senado Federal. Mais uma vitória. Com 2.691.557 votos, Requião conquistou pela segunda vez um mandato como senador.

Atualmente, Requião é o presidente da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul). O Parlasul é composto por 27 deputados federais e 10 senadores e reúne Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Outros países da América do Sul têm assento como observadores.

Requião também preside a Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado e é membro titular das Comissões de Constituição e Justiça e de Assuntos Econômicos da casa.

Acompanhe aqui as principais proposições de Requião no Senado:
http://www.senado.gov.br/atividade/materia/Consulta_parl.asp?Tipo_Cons=15&p_cod_senador=72

AS VOTAÇÕES DE REQUIÃO

1982 – 33.414 votos (eleito deputado estadual)

1985 – 227.248 votos (eleito prefeito)

1990/1º turno – 1.076.117 votos ( governador)

1990/2º turno – 1.877.282 votos (eleito governador)

1994 – 2.301.209 votos (eleito senador para mandato de oito anos)

1998 – 1.786.115 votos (eleição para governador)

2002/1º turno – 1.347.353 votos (governador)

2002/2º turno – 2.681.811 votos (eleito governador)

2006/1º turno – 2.321.217 votos (governador)

2006/2º turno – 2.668.611 votos (reeleito governador)

2010 – 2.691.557 votos (eleito senador para mandato de oito anos)